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Aliança Terapêutica

Foto do escritor: Marcelo DallaMarcelo Dalla


O componente central do cuidado centrado no indivíduo é o estabelecimento de uma boa relação entre o profissional da área da saúde e o paciente. Um corpo substancial de pesquisa apóia a importância da aliança terapêutica na previsão do alcance dos resultados. Nessa relação, a confiança, a empatia e o respeito mútuo são fundamentais, havendo troca de informações que nortearão o planejamento, a execução e a avaliação do cuidado. Uma boa relação terapêutica tem demonstrado o seu impacto no campo da fisioterapia, dos resultados clínicos, percepção da dor, da gravidade da incapacidade ou do humor, à qualidade percebida do serviço prestado pelo fisioterapeuta e no cuidado recebido ou no estabelecimento de um processo de decisão compartilhada. A tomada de decisão compartilhada faz parte da prática clínica centrada no paciente de alta qualidade e baseada em evidências. Envolve fisioterapeutas e pacientes tomando uma decisão em conjunto relacionada à saúde após terem discutido diferentes opções, sempre considerando as preferências, valores e circunstâncias do paciente. Aqui, vale ressaltar, que o profissional avalia as opções terapêuticas a serem oferecidas primeiramente pela sua solidez de validação científica e, em um segundo momento, pela sua expertise clínica e domínio destas. Nesse sentido, a comunicação, a relação terapêutica e a empatia são necessárias para compreender a fundo os vários cenários individuais que envolvem o paciente, permitindo-lhe participar mais plenamente das decisões relacionadas à sua saúde. A empatia pode ser considerada como a intenção, por parte do fisioterapeuta, de se manter dentro do quadro de referência do paciente, compreendendo seus sentimentos e demonstrando detalhadamente essa compreensão. Tem sido sugerido que a empatia envolve dois fenômenos claramente diferenciados: a empatia cognitiva, ou o processo de adoção da perspectiva do outro; e empatia emocional, que envolveria experimentar emoções como estar atento, preocupado ou ficar angustiado como resultado da experiência da visão de alteridade. Para avaliar a relação terapêutica nos serviços de fisioterapia, o construto mais utilizado é a aliança formada. O conceito de aliança terapêutica remonta a Sigmund Freud. Porém, ao longo de sua evolução, seu significado mudou tanto na forma quanto na implicação. Edward Bordin a via como o elemento relacional ativo de todos os relacionamentos que se destinam a induzir a mudança, reformulando a aliança terapêutica de forma mais ampla. Sua realização inclui a presença de três componentes ou dimensões: o vínculo; pacto sobre as metas a serem alcançadas e acordo sobre as técnicas de tratamento a serem usadas para atingir esses objetivos. Assim, alcançar acordos de colaboração mútua com o paciente é um aspecto central para Bordin no desenvolvimento de uma forte aliança, destacando a participação ativa do paciente no processo.


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